terça-feira, 21 de outubro de 2008



Que a força do medo que tenho.
Não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito.
Não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito...

Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe. Seja linda ainda que tristeza.
Que o Ser Humano que eu preciso amar seja pra sempre amado.
Mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida.
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que falo.
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor.
Apenas respeitadas.
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento
Porque metade de mim é o que ouço.
Mas a outra metade é o que calo

Que essa minha vontade de ir embora.
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
E que essa tensão que me corrói por dentro.
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso.
E a outra metade um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste. E que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que eu me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui.
E a outra metade não sei

Que não seja preciso mais que uma simples alegria.
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo. Mas a outra metade é cansaço

Que a arte nos aponte uma resposta.
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar. Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia. E a outra metade é a canção

E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor.
E a outra metade também.

Um comentário:

Warley José disse...

Metades complexas!!!
Deus te abençoe querido!